quinta-feira, 26 de abril de 2018

Dragão Branco faz 30 anos

Dragão Branco faz 30 anos
Kumite, Kumite!, Kumite!Kumite!Kumite!

Incrivel , trinta anos depois (estreou nos EUA em 26 de fevereiro de 1988),  O Grande Dragão Branco ainda prende nossa atenção quando o assistimos a reprise na TV, um dos filmes que mais passou na Sessão da Tarde foi O Grande Dragão Branco (Bloodsport), adquirindo o status de cult(quando trabalhei na beira do Cais,os motoristas e estivadores paravam para vê,também muito comentado na escola que estudei no final dos anos 80,e principalmente quando a Globo o exibiu) marcou uma época.
Depois do Bruce Lee, o cinema de ação mudou. O ator/lutador apresentou ao mundo sequências de lutas elaboradas, cujo objetivo era mostrar não apenas o kung fu, mas a filosofia das artes marciais ,o clássico Operação Dragão, de 1973, dirigido por Robert Clouse. Um verdadeiro marco dos filmes de artes marciais, lembrando que os filmes anteriores de Lee foram feitos em Hon Kong, com orçamentos considerados modestos.
Após o sucesso arrasador de Operação Dragão,(Um estouro mesmo)Hollywood viu que podia faturar com este gênero, mas, depois da morte de Bruce Lee, nenhum astro conseguiu emplacar como seu “sucessor” nas telas. Jim Kelly, que teve um papel de destaque no filme de Lee e Clouse,  ficou famoso no blaxploitation, mas não estourou de verdade. Chuck Norris, que estreou no ótimo O Vôo do Dragão, enfrentando Bruce Lee no final, também foi uma das apostas. Sua fama só veio nos anos 80, investindo mais na ação em si do que nas artes marciais.
Por volta da metade dos anos 80,Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger chegavam aos seus momentos de glória no cinema de ação(com Rambo e Conan ), mas não eram artistas marciais. Naquele momento, um então campeão europeu de karatê,   começou a aparecer no mercado. Em 1984, o belga Jean-Claude Van Damme consegue uma ponta não creditada em um filme de Chuck Norris, Braddock, para depois aparecer como na comédia Mônaco Forever. Foi provavelmente aí que suas capacidades físicas e seu famoso espacate chamaram atenção dos produtores e papéis mais “sérios” começam a pipocar.
Em 1986, foi um vilão soviético em Retroceder Nunca, Render Jamais, dirigido por Corey Yuen, um especialista em filmes de luta de Hong Kong. Mais ou menos na mesmo período em que Van Damme se envolveu na produção de o Predador, onde também acabou não creditado. O jovem lutador precisava de um filme para se estabelecer como astro, então veio a proposta para o projeto “baseado” na vida real do lutador Frank Dux, que quebrou vários recordes em combates mundiais de 1975 a 1980. Cortesia da Cannon, famosa pelos seus filmes baratos de ação /a toque de caixa.

Frank Dux teria participado de um torneio secreto durante esses anos, o filme se baseia em uma de suas histórias. 
Voltando ao filme, o próprio Dux coreografou as lutas e cuidou pessoalmente do treinamento do ator principal, que, segundo ele, não estava pronto para o papel. Por isso, treinou Van Damme pessoalmente por meses para ganhar forma física e técnica. Tudo para contar uma história muito tradicioal a de outros filmes de luta: o herói quer honrar seu mestre entrando no Kumite, um torneio cruel que reúne os melhores lutadores do mundo.A diferença deste filme em relação a outros similares são os lutadores e o elenco coadjuvantes que reforçam o filme e lhe dão uma identidade única.
Existe outro conflito no fato de que Dux é militar, proibido pelo comando de disputar o torneio. Mesmo assim ele vai, rastreado por uma dupla não muito competente, que tentará impedi-lo e trazê-lo de volta.
Filmes de torneio de lutas estavam em alta na época, então o longa fez um grande sucesso. Ajudado por outros fatores.
Um conjunto de fatores inusitados, com vários lutadores de tipos físicos e estilos adversários, o longa é cheio de frases de efeitos e personagens marcantes. O principal deles é o vilão: o terrível Chong Li, vivido por Bolo Yeung.
Assim como Van Damme, Yeung também havia dedicado-se por anos à prática de artes marciais, tinha feito filmes de sucesso em Hong Kong nas décadas passadas e seu papel mais famoso foi como o capanga Bolo no já citado Operação Dragão. Aliás, curiosamente, a primeira fala de Yeung no filme é a mesma de Bruce Lee no mesmo filme, adaptada para a situação ("-Tijolos não reagem…). o veterano artista criou um vilão marcante não apenas pelas suas frases – “Você quebrou meu recorde. Agora vou quebrar você, como quebrei seu amigo!”-, mas por realmente dar medo com sua cara de mau e porte bastante musculoso e ameaçador.

Também é preciso comentar sobre o inevitável amigo do herói, que sempre se da mal e aqui não foi diferente. Jackson é um personagem surreal neste filme. É apenas um brutamontes ,O grandão é vivido por Donald Gibb, que havia sido o Ogro em A Vingança dos Nerds, de 1984.

A presença de um ator respeitado também chama atenção. Forest Whitaker (do recente Pantera Negra) já havia atuado em Platoon, A Cor do Dinheiro e Bom Dia, Vietnam. No mesmo ano, Whitaker apareceu no elogiadíssimo Bird, de Clint Eastwood, vivendo o mítico jazzista Charlie Parker. 
Outro fator marcante é o conjunto de videoclipes, típico da década de 1980. Há pelo menos 3 em O Grande Dragão Branco, com Fight for Survive como tema principal e a tradicional canção motivacional dos filmes de luta norte-americanos da época. Seguindo a fórmula, On My Own é a “música mais sentimental”, que rola após o parceiro inseparável Jackson quase morrer pelas mãos de Chong Li. Ambas são interpretadas por Stan Bush. Steal the Night, por Michael Bishop, toca durante a cena de perseguição , que só serve mais para mostrar a beleza da locação. Além das musicas incidentais, a trilha sonora utiliza som de teclados para emular musicas orientais. Eram os anos 80,grandes anos.
E assim Van Damme conseguiu fama  e se tornou um nome querido do publico que consumia esses filmes,  talvez mais querido ainda no Brasil, com os títulos nacionais de seus filmes lançando moda e sendo copiados em outros lançamentos aqui depois. 
O legado de O Grande Dragão Branco

Tudo isso posto, algo ainda deve ser dito. Por mais que O Grande Dragão Branco seja divertido e nostálgico, é um bom filme ,marcou uma época.
Uma última curiosidade é que Newt Arnold, o diretor, foi assistente de direção em O Poderoso Chefão II .
Mas O Grande Dragão Branco deixou o seu legado e foi influência e tanto para a cultura pop. Além colocar os holofotes nos filmes de lutas, foi a grande referência para os games: Pit Fighter e Mortal Kombat. Pit fighter tem clones e situações muito similares e em Mortal Kombat
não à toa, o personagem Johnny Cage foi baseado em Van Damme, imitando seu famoso espacate e um golpe de um momento específico do longa, Além disso, no começo da década de 1990, vieram vários candidatos a novos heróis de artes marciais: Mark Dacascos, Billy Blanks, Michael Dudikoff, Don “The Dragon” Wilson, Daniel Benhardt, etc… Aliás, Benhardt fez três continuações pouco conhecidas do filme e fez uma série de Mortal Kombat chamada Conquest.   
Trinta anos depois   O Grande Dragão Branco ainda captura nossa atenção em reprises na TV,um filme que tem que ser visto e revisto.
Esse também é o filme de Jean-Claude Van Damme  favorito
de muita gente,incluindo o Presidente Americano Donald Trump!

Por: Herbert de Moura



Fontes:Imdb,Wikipedia,revista Set e revistas de vídeo diversas.

2 comentários:

Arquivos nerd disse...

Um grande filme que virou trintão!
Mas com cara de 15 rsos!

Unknown disse...

Boa matéria! Filme do Vam.Dame que eu curto muito é Leão Branco